PERIFERIA
As luzes sorriem para mim,
Quando as vejo fico a refletir.
Elas cintilam na escuridão
da noite.
Como se fossem furos
no céu.
Do meu primeiro
andar as vejo.
Mas, aquelas luzes
apenas indicam casas.
Das favelas.
Casas as avessas
Sem emboços.
O que se passa
Naquelas casas?
Naquelas famílias?
Naqueles becos?
Naquelas bocas de fumo?
Nos aviõezinhos que as crianças fazem?
Quem ali trabalha
E passa fome?
Quem ali tenta quebrar
Com as barreiras sociais
Para ter dignidade
Em sua sobrevivência?
Quem é a criança leitor que você inferiu em sua interpretação?
Qual a cor?
E que sentido estes últimos questionamentos nesta linha fazem?
Apenas, são luzes de postes,
Nas fachadas dos barracos.
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